domingo, 18 de abril de 2010

Cenas de um almoço árabe - Quibe de Forno


Já é a segunda vez que faço essa receita do Cozinha Pequena, que é simples e deliciosa!
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Ingredientes:
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500g de trigo para quibe
1 kg de patinho moído 2x
1 xíc de salsa
1 xíc de cebolinha
1 xíc de hortelã
1 pacotinho de creme de cebola
3 CS de manteiga
2 CS Tahine
sal e pimenta a gosto
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Modo de Fazer:
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Massa:
-Deixe o trigo de molho por pelo menos 2 horas.
-Misture metade da carne com o trigo hidratado e escorrido em um pano de prato.
-Tempere com a salsa, a cebolinha e a hortelã picadas. Acrescente três colheres de manteiga e o creme de cebola. Acerte o sal e a pimenta.

Recheio:

- Refogue a outra metade da carne com tomate picado. Assim que a carne ficar bem refogada, acrescente 250 gramas de requeijão catupiry e duas colheres de tahine.
-Terminado o recheio, cubra uma forma com metade da massa do quibe, espalhe o recheio por cima e feche com a outra metade de massa. Assar em forno médio até morenar (uns 40 min).

Sirva bem quentinho!

Cenas de um almoço árabe - Quibe cru

Eu não sou muito fã de quibe cru, mas essa receita entrou no almoço a pedidos de marido, e por sorte todos os convidados também gostavam. Foi a última coisa que preparei, pra ir logo pra mesa e ser servido bem fresquinho. Ficou bem gostoso!

Ingredientes:

700g de patinho moido 2 vezes,
300g de trigo
1 maço de Hortela (somente as folhas)
2 cebolas grandes picadinhas bem pequeno ou raladas
Pimenta, sal e azeite extravirgem


Modo de Fazer:

-Coloque o trigo de molho, por pelo menos 2 horas.
-Escorra bem, espremendo dentro de um pano de prato pra retirar toda a água.
-Acrescente a carne crua, a cebola, o hortelã, a pimenta , o sal, o trigo e o azeite.


Sove bem, para incorporar bem os ingredientes. Coloque sobre um prato ou travessa, e molde com as mãos no formato desejado.

Cenas de um almoço árabe - Hummus


Essa receita de hummus da Cinara é fácil e maravilhosa. Como meu maridinho ama pasta de grão de bico, acabo fazendo com uma certa frequência. Ela rende MUITO, mas eu distribuo pela família, já que todo mundo gosta. Se quiser porções mais modestas, divida a receita. Fica uma delícia servida com bastante azeite de boa qualidade e pão árabe tipo folha (aquele mais fininho e molenga).
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Ingredientes:
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500g de grão de bico
suco de 2 limões médios
2 colheres de sobremesa de sal
5 dentes de alho socados
6 colheres de Tahine (pasta de gergelim)
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Modo de fazer:
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-Deixe o grão de bico de molho durante 8 horas. Cozinhe com água em abundância até os grãos ficarem bem macios (a Cinara usa panela de pressão pra ir mais rápido, mas eu morro de medo desse apetrecho). Escorra a água, reservando-a.
-Bata no processador os grãos, o suco de limão, o alho e parte da água reservada, até virar um purê. Acrescente o sal e o Tahine e processe novamente. Se ficar muito denso, acrescente mais água do cozimento (ou água fria comum) e volte a processar.
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Eu bato o Humus em 2 levas, que é muita coisa pro meu processador fazer de uma vez. Se for fazer assim, divida os temperos e a água entre as duas levas.

Cenas de um almoço árabe - Kafta

Hoje fiz um almoço árabe aqui em casa, com tudo que tem direito: hummus, arroz com lentilhas, cebola frita, kafta, quibe cru, quibe de forno e tabule. Pra sobremesa, o baklavá que fiz ontem. Tava tudo uma delícia, e ficou todo mundo feliz e de pança cheia. =)
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Vou começar postando a receita da kafta, que é bem facinha e prática.
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Pra 600g de patinho moído 2 vezes, coloquei um pacote de creme de cebola, bastante salsa, cebolinha e hortelã picadinhas. Mexi bem com as mãos e moldei as kaftas em volta de palitos de churrasco (deu 10 palitinhos). Deixei coberto na geladeira até o pessoal chegar. Aí foi só esquentar bem o grill e deixar dourar. Ficou uma delícia! Dá vontade de fazer um monte e deixar congelada pra hora da fome...

sábado, 17 de abril de 2010

Manteiga Clarificada


Essa vou postar como SOS pra receita de baklavá (e outras que possam surgir).

Manteiga clarificada é uma das importantes bases da culinária clássica. Clarificar a manteiga significa separar a gordura (de coloração amarela) dos sólidos e líquidos incorporados durante o preparo da manteiga. Entre eles, sôro de leite e água responsáveis por “queimar” a manteiga com mais facilidade. A manteiga clarificada é a gordura pura e permite que os alimentos sejam dourados em temperaturas maiores. (Fonte: Terra Culinária)

Para obter aproximadamente 1 xícara de manteiga clarificada, coloquei 1 1/2 xícara de manteiga (no caso do baklavá, sem sal) pra derreter numa panela em fogo baixo. Depois que a manteiga ficou totalmene líquida, esperei 10 minuto e com uma colher fui tirando a espuma que se formou no alto (coloquei dentro de um copinho, não será aproveitado - são os sólidos do leite). Depois, fui tirando o líquido amarelo também com uma colher e colocando num outro recipiente (essa é a parte que a gente quer usar). Tem que tomar cuidado pra não misturar com as impurezas e proteínas de leite que estão no fundo da panela e têm uma com esbranquiçada (fazer com calma pra não provocar "turbulências".

O resultado foi um líquido cor de gema, que está aí na foto. Sobrou um monte de eca esbranquiçado no fundo da panela. Isso aí é lixo.

Cenas de um almoço árabe - Baklavá


Amanhã o almoço aqui vai ser comida árabe. De véspera já preparei a sobremesa: Baklavá! Esse é o tipo de doce que eu gosto, com nozes, amêndoas e mel. A massa parece massa folhada, mas é um tipo de massa mais fina, chamada Fillo (vendida pelas mesmas empresas que a massa folhada comum, eu comprei na loja da Arosa). O doce dá um trabalhão, trabalho de dia inteiro mesmo. Mas é simplesmente DIVINO (isso porque teoricamente ele fica mais gostoso 8 horas depois de pronto, e eu comi direto do forno)...


A receita peguei do Cooks Illustrated, que eu assino. De acordo com eles, o baklavá deve ser feito em uma assadeira de alumínio (sem anti-aderente) retangular. Certifique-se que a massa Fillo está totalmente descongelada antes de usar. O doce deve ser preparado de véspera.

Ingredientes
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1. Calda

1 1/4 xíc de açúcar cristal
3/4 xíc de água
1/3 xíc de mel
1 CS de suco de limão siciliano
3 tiras de casca de limão, obtidas com um descascador de legumes
1 pau de canela
5 cravos
1 pitadinha de sal

2. Recheio
250g amêndoas sem pele
125g nozes
1 1/4 cc canela
1/4 cc cravo em pó (não usei)
2 CS açúcar cristal
1 pitada de sal

3. Massa
1 1/2 xíc de manteiga sem sal clarificada (~1 xíc manteiga clarificada)
500g de massa fillo (usei 2 embalagens de 300g, mas como não tnho prática com a massa desperdicei muito)
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Modo de Fazer:

1. Calda: combine os ingredientes da calda numa panela pequena e deixe levantar fervura, mexendo de vez em quando para garantir que o açúcar dissolva. Transferir para uma jarra pequena (usei uma jarra medidora) e deixar esfriar enquanto prepara e assa a baklavá; quando estiver frio, descarte a casca de limão, a canela e os cravos. A calda, depois de fria, pode ser armazenda em recipiente fechado por 4 dias na geladeira).

2. Recheio: Pulse as amêndoas no processador até ficarem bem picadinhas (20 pulsos de 1 segundo), transfira para uma tigela média. Pulse as nozes no liquidificador até ficarem bem picadinhas (15 pulsos de 1 segundo), transfira para a tigela das amêndoas. Adicione os outros ingredientes e misture bem.

3. Montagem:

-Pincele a assadeira com manteiga clarificada. Ligue o forno a 180C. Abra a massa fillo numa superfície lisa e seca, passe as mãos com cuidado para alisar. Se as folhas forem maiores que a assadeira, será necessário cortar a massa no tamanho desejado; nesse caso cortar a pilha toda de uma vez. A massa seca rápido, e é necessário sempre deixar a pilha que não está sendo usada coberta com plástico e um pano de prato. Aplique uma folha de massa na assadeira, pincele a folha com a manteiga. Repita o processo com outras 5 folhas, pincelando cada uma com manteiga.

-Distribua metade do recheio sobre a folha superior, e cubra o recheio com mais uma folha. Essa folha deve então ser pincelada com manteiga. Os retalhos de massa podem ser usados, encaixando-os de modo a cobrir toda a extensão da assadeira. Repita o processo folha de massa-manteiga mais 3 vezes.

-Repita o passo anterior, despejando o resto do recheio (guardar um poquinho para polvilhar no final), e colocando sobre essa camada todas as folhas restantes da massa (sempre pincelando cada uma delas com manteiga). Antes de colocar manteiga sobre a última camada, pressione a massa com as mãos, fazendo força para sair todo o ar que estiver entre as camadas, sempre empurrando do centro para os cantos. Cubra então a última camada com manteiga. Corte o doce com uma faca de serra (faca para pão), formando losangos. Leve o doce ao forno por aproximadament 1h30 (até a massa ficar dourada), girando no meio do cozimento.

-Imediatamente após retirar o tabuleiro do forno, derrame a calda sobre o doce seguindo as linhas de corte (o doce vai "chiar" quando tocar o tabuleiro). Regue a parte de cima do doce com o resto da calda. Enfeite o centro de cada pedaço com a parte separada do recheio. Deixe esfriar à temperatura ambiente por 3 horas, e cubra com papel alumínio. O doce deve ser servido no mínimo 8 horas depois. Se bem coberto, dura até 10 dias em temperatura ambiente.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Kneidele - bolinhas de matzá


Kneidele originalmente é uma receita askenazi (referente aos judeus que vieram da Alemanha, Polônia, etc). Apesar de as minhas tradições judaicas serem terem origem em sua maioria na Turquia e na Grécia, essas bolinhas de massa servidas com caldo de galinha são tão gostosas que se difundiram entre a maioria das família judias e acabaram sendo incorporadas às comemorações de Pessach da minha família nos últimos anos.

Sei que o Rio de Janeiro não é o local mais indicado pra se comer sopa em março/abril, mas fazer o que? Bom, no meu caso a solução é fácil: subir a serra e fazer a sopinha por lá mesmo. Comfort food total!
Como o caldo é a alma desse prato, nada de usar cubinhos ou comprar caldo pronto! O prato vai deixar muito a desejar... Agora, um caldo caseiro temperadinho não tem preço! Aqui eu coloco a sugestão de caldo como eu preparei, mas você pode utilizar a técnica e os temperos que preferir.

O preparo da receita começou com a busca por partes de frango pra fazer o caldo (pés, pescoços). Descobri que ninguém vende isso m Ipanema (nem o açougue, nem o mercado com açougue dentro). O moço do açougue disse que eu só ia conseguir essas partes na feira, mas eu precisava preparar o caldo naquela noite pra subir a serra no dia seguinte! Acabei comprando asas de frango, e resultou num caldo delicioso!

Para o caldo, utilizei:

1kg de asas de frango (o ideal são pés e pescoços)
12 xícaras de água
cebola, cenoura, alho-poró picados (totalizando 1 kg de vegetais)
1 ramo de salsa
2 cc de tomilho seco
2 folhas de louro
1 CS de sal
pimenta preta a gosto moída na hora

-Colocar tudo na panela, deixar ferver;
-Abaixar o fogo e dexar cozinhar por 2 horas. Com a ajuda de uma escumadeira, remover a espuma escura que se forma sobre o caldo durante o cozimento;
-Coar o líquido, descartando os sólidos (ou você pode misturar os vegetais num arroz que ficará delicioso);
-Deixar o líquido ferver novamente, por mais 1 hora;
-Transferir para um recipiente de plástico ou de vidro e manter em geladeira até se tornar gelatinoso e a gordura solidificar no topo. Remover a gordura e armazenar em outro recipiente (será usada para fazer as bolinhas de massa).

Kneidele:

-2 ovos
-2 a 3 CS de gordura de galinha obtida na preparação do caldo (se não tivre suficiente, completar com óleo vegetal)
-1 xíc de farinha de matzá
-3/4 de xíc de caldo de galinha fervente
-sal e pimenta a gosto

1. Bater os ovos com um garfo, adicionar a gordura e a farinha, sal e pimenta e o caldo. Misturar tudo com um garfo;
2. Deixar a massa na geladeira por no mínimo 1 hora;
3. Formar as bolas do tamanho desejado, lembrando que elas vão inchar depois de fervidas.
4. Ferver as bolas na panela de caldo de galinha, até que subam à superfície (como gnocchi). Servir em pratos fundos uma porção de caldo com algumas bolinhas. As sobras de bolinhas devem ser armazenadas em recipiente fechado na geladeira, fora do caldo para não se desmancharem.

Mina de Espinafre


Mais uma receita para Pessach. Essa é herança de família, daquelas que não pode faltar! Basicamente uma fritada de espinafre feita com folhas de matzá picadas. Também faz parte das nossas tradições fazer mina de carne, igualmente deliciosa (mas que eu ainda não fiz). É leve, gostosa e saudável. Só dá uma trabaçhão porque lavar e picar 5 molhos de espinafre não é brincadeira! Mas juro que vale a pena... essa até o maridinho adora!
Pra quem gosta de misturar doce com salgado, recomendo regar com mel. Fica uma diliça!

Ingredientes:

-5 molhos de espinafre
-5 folhas de matzá
-7 ovos
-150g de ricota amassada com o garfo
-100g de queijo parmesão ralado
-sal a gosto
-óleo para untar pirex

Modo de Fazer:

1. Untar um pirez retangular com óleo. Lavar bem o espinafre e picar as folhas.
2. Ferver água numa panela grande e escaldar o espinafre (não precisa deixar cozinhar, só dar uma murchada).
3. Escorrer o espinafre e juntar os ovos batidos, sal, queijo, e matzá quebrada em pedacinhos pequenos (até 5 cm). Derramar a mistura no pirex.
4. Levar ao forno médio pré-aquecido e regar com caldo de galinha ao longo do cozimento. Fica pronto em uns 40 minutos, dependendo do seu forno. É só ver se a mina está firme na assadeira, e os ovos batidos secaram.

Matza com Caramelo e Chocolate


Continuando a série kasher le Pessach... Tirei essa receita de algum blog que achei no Tastespotting, e depois encontrei vários outros blogs reproduzindo a mesma combinação, e todos tinham como referência o site do David Lebovitz.

A combinação é deliciosa, a camada de caramelo fica durinha, crocante e perfeita junto com a matzá e o chocolate. Fiz o caramelo com manteiga com sal (apesar de a receita pedir sem sal), pra dar uma complexidade maior de sabor. Adorei o resultado, as matzot simplesmente desapareceram do tabuleiro (em graaande parte por minha culpa). É um doce BEM doce, então não é para aqueles de gosto mais "adulto". De quebra descobri que caramelo, além de super açucarado, é super gorduroso (1 xic de manteiga? alooooow!)

Só não entendi uma coisa. Era pra ser a matzá recoberta com uma camada de caramelo e o caramelo coberto por uma camada de chocolate. Por alguma razão que desconheço, o caramelo derretido foi todo pra debaixo da matzá, e eu fiquei com caramelo/matzá/chocolate, na ordem invertida, como vocês podem ver na foto. Nada que prejudique, só achei engraçado que eu não vi isso acontecer com mais ninguém...


Ingredientes:

-4 a 6 folhas de matzá
-1 xícara (230g) de manteiga sem sal, picada em pedaços grandes (usei com sal)
-1 xíc açúcar mascavo
-essência de baunilha
-1 pitada de sal (como usei manteiga com sal, omiti a pitada)
-1 xíc de gotas de chocolate meio-amargo (usei chocolate picadinho)
Modo de Fazer:

1. Forre uma assadeira com papel alumínio. Pré-aqueça o forno a 200C.
2. Cubra o papel alumínio com as matzot, quebrando os pedaços de forma a não deixar nada do alumínio aparecendo
3. Derreta a manteiga junto com o açúcar mascavo numa panela, e cozinhe em fogo médio, mexendo, até que a mistura levante fervura. Deixe ferver por 3 minutos, mexendo sem parar. Remova do calor, adicione a essência de baunilha e derrame sobre as matzot, espalhando com a ajuda de uma espátula.
4.Coloque a assadeira no forno e reduza a temperatura para 180C. Asse por 15 minutos. O caramelo irá borbulhar, mas é bom verificar se não está queimando em algum ponto do tabuleiro. Nesse caso, rotacionar o tabuleiro dentro do forno.
5.Retirar do forno e cobrir iediatamente com o chocolate; deixe lá por 5 minutos, e espalhe o chocolate já derretido com uma espátula.
Deixe esfriar completamente, quebre em pedaços, e armazene em recipiente fechado por até uma semana (no Rio de Janeiro, aconselho geladeira!).

domingo, 11 de abril de 2010

Almendrados


Pessach já passou, mas vou postar as receitinhas que fiz para a festa mesmo assim. Fica de registro pro ano que vem...
A primeira é de almendrados, um biscoitinho delicioso à base de amêndoas. Foi a primeira vez que comi, e resolvi fazer após uma pesquisa sobre receitas de pessach na internet. Tirei daqui. É uma receita tipicamente sefaradi, então resolvi incorporar ao seder da minha família. Foi sucesso total!
Ingredientes:
-2 xíc amêndoas inteiras sem cascas, mais aproximadamente 30 amêndoas para decoração
-1 xíc açúcar cristal
-1 ovo grande (precisei usar 2 ovos)
-raspa de 1 limão siciliano
1. Processar as amêndoas até virarem uma farinha. Adicionar 3/4 xíc de açúcar cristal, o ovo (os ovos, no caso) e a raspa de limão e processar até virar uma massa coesa. Transferir para uma tigela média, cobrir e deixar na geladeira por no mínimo 12 horas;
2. Pré-aquecer o forno a 180C. Colocar 1/4 xíc de açúcar cristal num pratinho. Forrar uma assadeira com papel manteiga;
3. Pegar pedaços de massa do tamanho de uma noz, fazer bolinhas de massa e passar pelo açúcar cristal. Pressionar delicadamente uma amêndoa sobre cada biscoito, de modo que metade da amêndoa fique visível. Arrumar os biscoitos na assadeira com 2 cm de distância um do outro.
4. Assar até os biscoitos ficarem ligeiramente dourados, mas eles ainda dvem estar macios (8 a 10 min). Deixar esfriar completamente e armazenar em recipiente fechado.
Rende aproximadamente 30 biscoitos.

Pancakes


Estava a fim de fazer panquecas desde 5a feira. A idéia eram panquecas fiinhas recheadas de carne moída. Aí maridinho pediu pra eu trocar por panquecas daquelas americanas, pro lanche, servidas com manteiga e mel. Peguei a receita no Prato Fundo, mas ela originalmente é da Martha Stewart. Não usei iogurte, troquei tudo por leite. Ficaram uma delícia, gorduchinhas por causa do fermento. Facílimo de fazer e perfeito pra lanche/café da manhã de domingo. Estou louca pra testar outras variações que vi por aí: massa com aveia, buttermilk, cobertura de frutas, de chocolate...
Ingredientes:
1 xícara de farinha de trigo
220mL de leite (coloquei até dar o ponto)
2 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de óleo
2 colheres (chá) de fermento em pó
1/2 colher (chá) de sal
1 ovo
1. Misture todos os ingredientes líquidos, reserve.
2. Misture todos os ingredientes secos, adicione os líquidos e mexa o suficiente para ficar homogêneo. Pode ser necessário mais leite, a consistência é líquida, mas grosso.
3. Numa frigideira (anti-aderente, caso não, unte com óleo/manteiga) em fogo baixo, coloque a massa tentando formar um disco. Deixe cozinhar até começar a aparecer bolhas na superfície (2-3 minutos), então vire com cuidado e deixe até ficar dourado. Tem que ter um pouco de paciência.
Servi com manteiga e mel.

Sopinha de Legumes


Estou cheinha de fotose receitas não postadas, então vou começar a tirar o atraso com uma sopinha de legumes deliciosa que fiz num desses raros dias em que não fez tanto calor aqui no Rio.

A inspiração (quase cópia) veio do Cozinha Pequena. Eu comi, dei um tanto pra minha mãe, e sobrou MUITA coisa, que ficouse arrastando por uma semana até eu conseugir dar cabo. Meu maridinho é contra sopas de qualquer espécie, fazer o que? Bom, da próxima vez fazer MENOS sopa...

Ingredientes:
-300g de costelinha de boi (eu já tinha aqui no freezer, mas pode ser músculo ou qualquer outra carne que dê um bom caldo).
-1 cebola
-2 dentes de alho
-4 CS azeite
-3 batatas médias
-2 cenouras
-1 chuchu
-2 CS extrato de tomate
-macarrãozinho (usei micro-penne, que achei fofo demais)
-aproximadamente 4L de água fervente
Modo de fazer:
1. Descascar e cortar os legumes em cubos pequenos (lá no Cozinha Pequena a técnica está perfeitamente explicada), reservando as aparas;
2. Aquecer o azeite numa panela grande e levar a carne para dourar;
3. Assim que estiver dourada, acrescente o alho e a cebola, para dourarem também. A cebola deve ser refogada até obter o mesmo dourado da carne;
4. Acrescentar a água fervente e, nesse momento, incluir as aparas dos legumes para cozinhar, até que fiquem bem moles. Quando estiverem cozidos, retirar os pedaços de carne, reservar e levar o caldo e as aparas de legumes cozidas para o liquidificador. Bater bem, até virar um caldo grosso e uniforme.
5. Voltar o caldo para o fogo com a carne (que demora um pouco mais para cozinhar). A mistura fica um pouco esverdeada, por isso, acrescentar o extrato de tomate para dar uma cor mais alaranjada ou avermelhada à sopa. Acrescentar sal e pimenta a gosto.
6. Acrescentar um tipo de legume por vez, de acordo com o tempo de cozimento de cada um.
Então obedeça à seguinte ordem:
-Coloque as cenouras para cozinhar com o caldo batido (e fervente) e a carne. Deixe ferver por 5 min.
-Inclua as batatas e espere mais 10 min.
-Por último, coloque o chuchu junto com o macarrão. Mexa com bastante cuidado – não amasse os legumes contra a panela – mas também não deixe o macarrão grudar no fundo. E espere os últimos 5 minutos.
7. Desligue o fogo e tampe a panela. Corrigir o sal.
Sirva imediatamente.
Ficou uma delícia! O único probleminha é que eu me empolguei no macarrão, e depois de cozido ele estava dominando a sopa, parecia mais uma macarronada com molho de legumes. Tive que acrescentar mais água e deixar ferver um pouquinho.
A outra observação é que a minha maior panela ainda é bem pequenininha pra ficar fazendo sopão, macarronada, etc... Tenho que providenciar um panelão de verdade!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vovó Lydia

Ela é mãe da minha mãe. Foi parte integrante da minha infância, com as inúmeras noites dormidas na Gávea com minhas irmãs (e às vezes minha prima), e piscina no dia seguinte. Com todas as pequenas coisas que casa de vó sempre tem, também por influência do meu querido Vovô Samy, que já se foi. A gente tinha um levro quando era pequena, que chamava "Casa de Vó é Sempre Domingo". Achava aquilo genial (e era, mesmo - uma verdade absoluta).

Outra particularidade da minha avó são suas habilidades culinárias. Passar um tempo na casa dela era observar a delicada preparação de centenas de burrecas, que podiam ser de carne, queijo, arroz, berinjela. As MELHORES burrecas. Até hoje eu não consigo comer nenhuma outra e achar gostosa. Idem para o cheesecake. Minha vó tem a receita mais maravilhosa de cheesecake, feita com ricota ao invés de cream cheese - é uma coisa LEVE! Depois eu descobri que tortas de ricota desse tipo são comuns na Itália, e faz sentido ser essa a receita que ela usa. Afinal, sua família veio da Turquia, e as influências são grandes. Comemos muita berinjela, derramamos mel em comidas salgadas, temos arroz à mesa em todas as refeições e nos deliciamos com pratos de espinafre (fritadas, ovo frito com espinafre...), doces feitos com nozes. Tudo influência mediterrânea, não é mesmo? Vovó Lydia participou fortemente da construção dos hábitos alimentares da família.

Por conta dela, nos tornamos super-exigentes em se tratando de comida. Além das burrecas e do cheesecake, não consigo curtir nenhum quiche que não seja dela... acho todos pesados, grosseiros. Sua calda de chocolate (pra colocar sobre o sorvete) também é lendária, assim como seu bolo de nozes de pessach (festa judaica em que não se pode comer nada com fermento), seus bolos de mel em Rosh Hashana (ano-novo judaico, quando se deve comer e oferecer coisas doces e feitas com mel), marzipan (100& natural) e geléias deliciosas de laranja, tangerina, morango, que chegavam aos potes e de acordo com a fruta que estivesse "na época". O charosset da Vovó Lydia é o melhor que existe. Charosset é mais uma comida de pessach, que deve ter a cor do barro para lembrar o trabalho árduo dos judeus escravizados pelo Faraó no Egito. Cada família tem a sua receita, dependendo da sua origem. A maioria das pessoas não gosta muito de charosset, mas nós AMAMOS. E cada um ganha seu potinho pra comer com matzá. É, nossas tradições no calendário judaico giram em torno da comida dela. Fora do calendário judaico também. Alimentar os outros é uma forma de carinho, não é? Com o carinho que aquela comida era preparada, tenho certeza que sim!

Esses dias fiquei bem triste. Vovó não é mais a mesma. Já passou dos 80 anos, e a idade começa a mostrar seus sinais. Recebeu algumas encomendas pro último jantar de pessach: bolo de nozes, charosset, o de sempre. Ela teve dificuldades em fazer o que dominou melhor que ninguém durante a vida toda; olhava o caderno de receitas pra logo depois esquecer o que tinha lido, começou a chorar. Imagino a angústia de se dar conta de uma coisa dessas. Eu mesma levei um cheesecake com massa especial pra Pessach (com recheio de ricota que a vovó ensinou), e Almendrados (uns biscoitinhos de amêndoas), e todo mundo adorou. Mas não teve a mesma graça, porque eu tive que ver o bolo dela que sempre foi tão lindo e não estava mais chamando atenção, e tive que me dar conta de que minha avó não vai mais cozinhar. Não como ela fazia. Fiquei de luto pela cozinha da Vovó Lydia.

Ao mesmo tempo vi como vai ser bom pra mim concretizar nessas férias um projeto que tenho, de pegar os cadernos de receitas dela e ir testando tudo, e digitando tudo. Pena que não vou poder chamá-la pra ir pra cozinha comigo.

Dizem (meu pai) que eu herdei o dom dela pra cozinha, e que quando eu pego uma receita dela o gosto fica exatamente igual. E eu ficava toda orgulhosa, afinal esse é o maior dos elogios. Agora esse orgulho vem com uma ponta (bem grandona) de melancolia. Eu não queria cozinhar melhor que a minha avó.

Espero me tornar uma boa iidishe mamma sefaradi, como meu pai também diria, e perpetuar muitas dessas tradições de família. Espero que meus netos um dia comam uma burreca (quase) igual à dela, e que eu fique sempre achando que a dela era melhor, afinal. Espero um dia ser tão querida quanto ela é.