sexta-feira, 6 de maio de 2011
Charosset - pro ano que vem...
domingo, 24 de abril de 2011
Cheesecake de Ricota (e de Pessach!)
Desde que me entendo por gente como cheesecake na casa da minha avó. Nunca consegui comer fora de casa. Como tantas outras coisas que eu sentia na infância sem conseguir entender (como porque eu conseguia comer um hamburger inteiro no Mc D e não no B_b's*), hoje sei exatamente a explicação: o cheesecake é tradicionalmente à base de cream cheese, e o da Vovó era de ricota. Então, imaginem uma torta leve e deliciosa!!!!
1 Gema
100g manteiga sem sal
1 CS de açúcar
Massa de Pessach:
3/4 de xíc de amêndoas, torradas e frias, passadas pelo processador até virar uma farinha **
1/4 cc de sal
100g de manteiga sem sal
2 gemas
Recheio
Cobertura
Geléia do sabor de sua preferência. Dessa vez foi de damasco, mas pode ser tangerina, morango, ou qualquer fruta vermelha.
MODO DE PREPARO
Massa
Recheio
Bata todos os ingredientes menos as claras) no liquidificador e acrescente às claras em neve com uma colher de pau. Derrame por cima da massa de empada doce. Asse em forno médio pré-aquecido por aproximadamente 30 minutos ou até que fique firme.
Depois de completamente fria, a torta deve ser coberta com papel alumínio e armazenada em geladeira.
Cobertura
Diluir a geléia com um pouquinho de água fervendo. Derramar por cima da torta, deixar esfriar e levar à geladeira. Sirva gelada.
**Torre as amêndoas em forno altíssimo pré-aquecido, por 7 minutos (não deixe que fiquem pretas!). Para fazer a farinha, use sempre a função PULSAR do processador, se bater direto vira uma pasta.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Bolo de Jujuba!!!!!



segunda-feira, 14 de junho de 2010
Mousse de Gorgonzola
A mousse é ótima pra servir pra visitas, ou pra ficar beliscando em frente à televisão - sempre com torradinhas acompanhando. Pode ser congelada sem problemas para aqueles dias de falta de inspiração na cozinha. É só deixar degelando de véspera dentro da geladeira.
A receita é bem simples.
Basta bater no liquidificador:
-1 triângulo de gorgonzola;
-1 lata de creme de leite;
-4 folhas de gelatina sem sabor dissolvida em 1/2 copo de água fria;
-1 cubo de caldo de carne desmanchado no líquido da própria gelatina;
-molho inglês a gosto.
Adicionar delicadamente 2 claras em neve a essa mistura.
A mistura deve ser transferida para um recipiente que dará o formato final da mousse, untado com óleo. Deixar na geladeira até a hora de servir (deve ficar firme), e desenformar sobre um prato ou travessa.
No caso eu usei uma embalagem de queijo daquelas de plástico (fica mais fácil para desenformar), e 2 potinhos tipo tupperware pequenos redondinhos. Minha avó usava muito aquelas embalagens de margarina pra isso. Tenha à mão mais de uma embalagem, porque essa receita rende bastante. Aí dependendo do número de visitas você pode deixar uma 2a mousse em standby na geladeira, ou congelar a outra parte.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Tirando a poeira...
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Vovó Lydia
Outra particularidade da minha avó são suas habilidades culinárias. Passar um tempo na casa dela era observar a delicada preparação de centenas de burrecas, que podiam ser de carne, queijo, arroz, berinjela. As MELHORES burrecas. Até hoje eu não consigo comer nenhuma outra e achar gostosa. Idem para o cheesecake. Minha vó tem a receita mais maravilhosa de cheesecake, feita com ricota ao invés de cream cheese - é uma coisa LEVE! Depois eu descobri que tortas de ricota desse tipo são comuns na Itália, e faz sentido ser essa a receita que ela usa. Afinal, sua família veio da Turquia, e as influências são grandes. Comemos muita berinjela, derramamos mel em comidas salgadas, temos arroz à mesa em todas as refeições e nos deliciamos com pratos de espinafre (fritadas, ovo frito com espinafre...), doces feitos com nozes. Tudo influência mediterrânea, não é mesmo? Vovó Lydia participou fortemente da construção dos hábitos alimentares da família.
Por conta dela, nos tornamos super-exigentes em se tratando de comida. Além das burrecas e do cheesecake, não consigo curtir nenhum quiche que não seja dela... acho todos pesados, grosseiros. Sua calda de chocolate (pra colocar sobre o sorvete) também é lendária, assim como seu bolo de nozes de pessach (festa judaica em que não se pode comer nada com fermento), seus bolos de mel em Rosh Hashana (ano-novo judaico, quando se deve comer e oferecer coisas doces e feitas com mel), marzipan (100& natural) e geléias deliciosas de laranja, tangerina, morango, que chegavam aos potes e de acordo com a fruta que estivesse "na época". O charosset da Vovó Lydia é o melhor que existe. Charosset é mais uma comida de pessach, que deve ter a cor do barro para lembrar o trabalho árduo dos judeus escravizados pelo Faraó no Egito. Cada família tem a sua receita, dependendo da sua origem. A maioria das pessoas não gosta muito de charosset, mas nós AMAMOS. E cada um ganha seu potinho pra comer com matzá. É, nossas tradições no calendário judaico giram em torno da comida dela. Fora do calendário judaico também. Alimentar os outros é uma forma de carinho, não é? Com o carinho que aquela comida era preparada, tenho certeza que sim!
Esses dias fiquei bem triste. Vovó não é mais a mesma. Já passou dos 80 anos, e a idade começa a mostrar seus sinais. Recebeu algumas encomendas pro último jantar de pessach: bolo de nozes, charosset, o de sempre. Ela teve dificuldades em fazer o que dominou melhor que ninguém durante a vida toda; olhava o caderno de receitas pra logo depois esquecer o que tinha lido, começou a chorar. Imagino a angústia de se dar conta de uma coisa dessas. Eu mesma levei um cheesecake com massa especial pra Pessach (com recheio de ricota que a vovó ensinou), e Almendrados (uns biscoitinhos de amêndoas), e todo mundo adorou. Mas não teve a mesma graça, porque eu tive que ver o bolo dela que sempre foi tão lindo e não estava mais chamando atenção, e tive que me dar conta de que minha avó não vai mais cozinhar. Não como ela fazia. Fiquei de luto pela cozinha da Vovó Lydia.
Ao mesmo tempo vi como vai ser bom pra mim concretizar nessas férias um projeto que tenho, de pegar os cadernos de receitas dela e ir testando tudo, e digitando tudo. Pena que não vou poder chamá-la pra ir pra cozinha comigo.
Dizem (meu pai) que eu herdei o dom dela pra cozinha, e que quando eu pego uma receita dela o gosto fica exatamente igual. E eu ficava toda orgulhosa, afinal esse é o maior dos elogios. Agora esse orgulho vem com uma ponta (bem grandona) de melancolia. Eu não queria cozinhar melhor que a minha avó.
Espero me tornar uma boa iidishe mamma sefaradi, como meu pai também diria, e perpetuar muitas dessas tradições de família. Espero que meus netos um dia comam uma burreca (quase) igual à dela, e que eu fique sempre achando que a dela era melhor, afinal. Espero um dia ser tão querida quanto ela é.