sexta-feira, 6 de maio de 2011

Memória afetiva - um post sem receitas

Não lembro onde, mas uma vez li que a nossa memória mais duradoura é a olfativa. Ninguém duvida que lembramos instantaneamente de quem não vemos há muito tempo quando passa alguém com o mesmo cheiro, que casa de Vó tem um cheirinho especial, que os cheiros nos levam a um turbilhão de sensações e abrem as chaves da memória... como aconteceu hoje quando alguém estava me contando que odiava o cheiro do vapor que sai quando água fria bate no asfalto quente. Só precisei sentir o cheiro - que eu amo, por sinal - na minha imaginação: já tinha sido transportada pra um banho de mangueira sob sol quente no pátio do colégio, todo de cimento. Isso com certeza há mais de 20 anos... tô ficando velha!

Não sei porque, mas isso me fez pensar em todas memórias culinárias que mais marcaram minha infância da minha infância, seja pelo cheirinho ou não. Acho que tudo me faz pensar em comida... in a good way!

-Vovó Lydia fazendo centenas de burrecas perfeitinhas na cozinha;
-Fazer pizza aos domingos com meu pai, escolher sabores e ingredientes;
-Vaca preta do Vovô Samy;
-Dividir pratos e a disputa pra ver quem ia escolher, e quem ia comer no prato onde a comida veio;
-Minha mãe "adivinhando" quando eu não aguentava mais comer, e dizendo que "se não quiser, não precisa". Sempre me perguntava como ela acertava o momento exato...
-Enrolar brigadeiros com a Nêne, raspar a panela, lamber a tigela da batedeira de bolo (e mais uma vez disputar quem ficava com a raspa de que);
-Almoço de domingo com todos os primos depois da piscina na casa dos avós.

Foi tudo brain-storming, mas perceberam que todas as memórias mais importantes estão ligadas a alguém, e a momentos familiares? O alimento é mesmo uma forma de estreitar relações, né? Família em volta da mesa, ou alguém te preparando uma coisa com carinho. E terminando de escrever isso me deu uma sensação de nostalgia mas ao mesmo tempo de satisfação por ter tido todas essas coisas...

Um comentário:

  1. Luzinha, sinto uma felicidade imensa de ter te proporcionado motivos para boas lembranças e, estou certa de que se teus avós pudessem ler o teu blog também se sentiriam muito felizes com as tuas declarações de amor à familia. Te amo muito! Mãe

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